Falsa Sensação de Segurança

Atualmente o uso de geomembranas de PEAD como material impermeabilizante em atividades como a disposição de resíduos, estocagem de efluentes e de rejeitos de mineração, já está bastante difundida no mercado e estabelecida como requisito mínimo para projetos com este tipo de risco ao meio ambiente. Tornou-se uma exigência, inclusive, para a obtenção das autorizações ambientais.

Mas será que somente isto basta?

Estudos estatísticos desenvolvidos no Canadá, a partir do dados de monitoramento dos vazamentos em geomembranas, em 89 projetos ao longo de 10 anos (2.652.000 m2 de área), identificaram que: a densidade de danos encontrados nas geomembranas instaladas varia, em média entre 4 e 22 danos por hectare. Esta variação depende do nível de controle de qualidade adotado na instalação da geomembrana.

A norma brasileira NBR 16199 – Geomembranas Termoplásticas – Instalação em Obras Geotécnicas e de Saneamento Ambiental, emitida em 2013, apresenta recomendações sobre aos requisitos necessários para o adequado controle de qualidade na instalação das geomembranas.

A adoção desta recomendação normativa é fundamental para que os empreendedores que investem na aplicação das geomembranas em seus projetos façam jus aos seus reais benefícios. Também para os órgãos ambientais, ter projetos adotando metodologia normatizada para controle de qualidade na aplicação de dispositivos tão relevantes, como as geomembranas em empreendimentos ambientais, representa uma segurança e uma ótima prática

Portanto, segue aqui uma recomendação:

Técnicos Ambientais e Empreendedores: Não deixem que o investimento com a aplicação de geomembranas em projetos ambientais, seja apenas um custo. Se não houver minimamente controle de qualidade na instalação, mais cedo ou mais tarde, as consequências de instalações mal feitas irão gerar novos gastos e muito mais representativos. E isso sem falar nos prejuízos ao meio ambiente.

Este texto foi publicado originalmente por Priscila Zidan em sua página do Linkedin